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  • Foto do escritorComunicação BH-TEC

Uma data para exaltar a paixão que move a sociedade


Laboratório de Farmacognosia da UFMG, chamado GnosiaH, onde Cynthia Nara realiza a pesquisa científica do doutorado | Crédito: Arquivo pessoal/Cynthia Nara

Por Virgínia Muniz


"Um país sem ciência, sem incentivo à ciência, é um país sem futuro". A frase do biólogo e gestor executivo da Wetlands Construídos, André Baxter Barreto, resume a importância da ciência - cujo dia nacional é celebrado hoje. O que o dicionário resume como "conhecimento profundo sobre alguma coisa" é sintetizado pelo CEO do BH-TEC, Marco Crocco, como a materialização do que nos diferencia de outros animais.


"É o mecanismo para a humanidade construir uma vida melhor", complementa Crocco.


Fundamental para a sociedade vislumbrar a superação de uma pandemia, a ciência também é um ato de empatia, como define a pesquisadora e CEO da Sympol Biotechnologies, Cynthia Nara.


“O que me motiva é descobrir novas formas de utilizar recursos para criar algo que seja útil à sociedade, visando benefícios que muitas vezes são para o outro. Eu, como pesquisadora na área da saúde, criei produtos para pessoas com problemas específicos, que não são meus, e isso me encanta”, afirma a fundadora de uma marca que desenvolve produtos para peles em condições raras, a Pele Rara.


Paixão que move a sociedade


“A geração e o repasse de conhecimento para a sociedade deveriam ser umas das profissões mais valorizadas na sociedade, não há dúvidas disso”, reforça o CEO do BH-TEC, que reúne mais de 20 empresas e centros públicos e privados de base tecnológica, um ecossistema de ciência, pesquisa, tecnologia e inovação em Minas Gerais.


Fachada do BH-TEC durante a Vitrine | Crédito: Leandro Miranda/BH-TEC

Para André Baxter Barreto, cuja frase abre esta reportagem, o combustível para suas pesquisas é ver fora do papel aquilo que aprendeu. "O mais gratificante é conseguir colocar em prática o que estudei, o que um dia nos motivou. Gosto de trabalhar do lado da minha biblioteca", afirma o gestor da Wetlands, que desenvolve, por meio da ciência, soluções para a destinação de rejeitos e resíduos.


Wetlands desenvolve tecnologia para tratamento de esgotos sanitários, lodos, efluentes industriais e águas de mineração | Crédito: Wetlands/Divulgação

Cynthia Nara enaltece ainda todo o caminho até o desenvolvimento da solução. “Na pesquisa, além dos produtos finais, o próprio projeto e o processo são de grande valia para sociedade, porque você explora diferentes habilidades, de diferentes pessoas, e começa a ter ideia de como é viver em comunidade", diz.


"Esse gerenciamento de conhecimento faz com que a comunidade científica se ajude como um todo”, finaliza.


Você sabia?


O Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, celebrado todo dia 8 de julho, foi criado por duas legislações distintas, sancionadas em anos diferentes: 2001, com a Lei 10.221; e 2008, com a Lei 11.807.


E você tem ideia do motivo da escolha por 8 de julho? É porque nessa data, em 1948, foi criada a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).


E o futuro?


A dica de André Barreto para os jovens talentos é: estudem! "Busquem fontes de referência validadas, com credibilidade, estudem livros, bons autores, artigos... Estudar é duro, mas vale a pena", afirma.


Um futuro com muito conhecimento - e mais mulheres! Pesquisadora há mais de sete anos e fundadora da Sympol, Cynthia Nara reforça que, além dos desafios relacionados à falta de valorização, a mulher precisa driblar mais obstáculos.


“De uma maneira geral, e na pesquisa não vai ser diferente, precisamos ser muito boas para ter um pouco de voz, ou comprovar muitos resultados para aceitarem a sua pesquisa ou o seu trabalho. Acredito que para mulher é mais difícil, mas, se conheço uma professora, uma pesquisadora, uma cientista ou empresária que obteve sucesso e, vejo que é possível, me sinto muito mais motivada”, afirma.


Desafios


"A única forma é quando tivermos um projeto de país em que a ciência é valorizada. O maior desafio é esse: projetar um país em que a sociedade, de maneira geral, entenda que a ciência é determinante para tudo, para o desenrolar da vida moderna", diz André Barreto.


Cynthia Nara também explora um outro aspecto para driblar obstáculos: a importância de uma cultura empreendedora no ambiente de pesquisa. Para a fundadora da Sympol, a abertura do campo de visão de um pesquisador é essencial para que ele consiga enxergar além dos muros da universidade ou dos laboratórios, e, assim, encontrar as oportunidades que precisa.


“Outro grande empecilho é a falta de uma cabeça empreendedora e um pesquisador bilíngue. Pesquisador bilíngue é o que consegue conversar a língua da ciência, da pesquisa, mas também consegue dialogar com o mercado, entendendo suas necessidades. Quem tem o recurso para me ajudar a entregar essa solução para o mercado? E isso se obtém por meio de uma educação empreendedora".


A pesquisadora reforça que a junção dessas linguagens ajuda não somente a conseguir recursos, mas conectar pessoas.

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